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» Volume 75

Número suppl.4

http://dx.doi.org/

Efeitos da intervenção Alfa-Saúde na alfabetização em saúde do idoso na atenção primária à saúde

RESUMO

Objetivo:

avaliar os efeitos da intervenção Alfa-Saúde na alfabetização em saúde e hábitos de saúde de idosos vinculados à atenção primária, quando comparada ao atendimento de saúde usual.

Métodos:

investigação quase-experimental, com métodos mistos, com 21 idosos em cada grupo. O Alfa-Saúde foi realizado por enfermeira durante cinco meses. Instrumentos utilizados foram o Short Assessment of Health Literacy for Portuguese Speaking Adults, Health Literacy e perguntas sobre hábitos de saúde. Na análise quantitativa, foi utilizado o GEE Model, e na qualitativa, análise temática.

Resultados:

houve efeito de interação nos escores da alfabetização em saúde. Hábitos de saúde, como vacinação, três refeições diárias e consumo de carne, apresentaram efeito de interação com significância estatística. Na etapa qualitativa, observou-se o desenvolvimento nas habilidades de acessar, comunicar e avaliar a informação, e estabilidade na habilidade de compreensão.

Conclusões:

o Alfa-Saúde é um dispositivo importante para o desenvolvimento da alfabetização em saúde de idosos.

Descritores:
Letramento em Saúde; Saúde; Idoso; Educação em Saúde; Atenção Primária à Saúde

ABSTRACT

Objective:

to assess the effects of the Alpha-Health intervention on health literacy and health habits of elderly people linked to primary care, when compared to usual health care.

Methods:

a quasi-experimental investigation, with mixed methods, with 21 elderly individuals in each group. Alpha-Health was performed by a nurse for five months. The Short Assessment of Health Literacy for Portuguese Speaking Adults, Health Literacy and questions about health habits were used. In the quantitative analysis, the GEE Model was used, and in the qualitative, thematic analysis.

Results:

there was an interaction effect on health literacy scores. Health habits such as vaccination, three meals a day and meat consumption had a statistically significant interaction effect. In the qualitative stage, development in skills of accessing, communicating and assessing information was observed as well as stability in the ability to understand.

Conclusions:

Alpha-Health is an important device for developing elderly’s health literacy.

Descriptors:
Health Literacy; Health; Elderly; Health Education; Primary Health Care

RESUMEN

Objetivo:

evaluar los efectos de la intervención Alfa-Salud sobre la alfabetización sanitaria y los hábitos de salud de los ancianos vinculados a la atención primaria, en comparación con la atención sanitaria habitual.

Métodos:

investigación cuasiexperimental, con métodos mixtos, con 21 ancianos en cada grupo. El Alfa-Salud fue realizado por una enfermera durante cinco meses. Los instrumentos utilizados fueron la Short Assessment of Health Literacy for Portuguese Speaking Adults, Health Literacy y preguntas sobre hábitos de salud. En el análisis cuantitativo se utilizó el Modelo GEE y en el análisis cualitativo temático.

Resultados:

hubo un efecto de interacción en los puntajes de alfabetización en salud. Los hábitos de salud como la vacunación, las tres comidas al día y el consumo de carne mostraron un efecto de interacción estadísticamente significativo. En la etapa cualitativa, hubo un desarrollo en las habilidades para acceder, comunicar y evaluar la información, y estabilidad en la capacidad de comprensión.

Conclusiones:

el Alfa-Salud es un dispositivo importante para el desarrollo de la alfabetización en salud para las personas mayores.

Descriptores:
Alfabetización en Salud; Salud; Anciano; Educación en Salud; Atención Primaria de Salud

INTRODUÇÃO

A alfabetização em saúde tem sido considerada uma prioridade para reduzir as desigualdades na área da saúde(1) através do acesso à informação e da capacidade de utilizá-la efetivamente, contribuindo para o empoderamento das pessoas(2). A literatura científica apresenta diversas conceituações sobre a mesma(2-3) e, no presente estudo, é definida como o grau em que as pessoas estão aptas a acessar, entender, comunicar e avaliar informações de saúde, a fim de manter e promover a saúde ao longo da vida dentro de diferentes contextos(4). O desenvolvimento dessas habilidades de alfabetização em saúde pode ser considerado um resultado positivo das atividades de educação em saúde.

Alguns grupos populacionais podem apresentar baixos níveis de alfabetização em saúde, como os constituídos por pessoas idosas e, principalmente, aqueles com baixa renda e baixa escolaridade(5). Além disso, têm grande dificuldade em realizar o autocuidado na presença de doenças crônicas, possuem altas taxas de internação hospitalar e de uso dos serviços de emergência, além de mortalidade precoce(6-8).

Até o momento, não foram publicados estudos populacionais no Brasil sobre a alfabetização em saúde. Estudos brasileiros ainda são escassos e avaliaram a alfabetização em saúde da população em geral(9), de adultos com alto grau de escolaridade(10) e de adultos com e sem hipertensão arterial(11). Os estudos com idosos foram realizados na comunidade(12) e no contexto clínico/ambulatorial(13-14).

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o local ideal para a promoção da saúde e para o desenvolvimento de intervenções que sejam acessíveis à comunidade. Protocolo de estudo recente(15) divulgou intervenção para promover a alfabetização em saúde com idosos de 16 unidades de saúde na atenção primária na Espanha.

Um dos importantes desfechos para avaliação das ações da promoção da saúde é a alfabetização em saúde(2). Verifica-se que os estudos que desenvolveram intervenções educativas com idosos tiveram resultados positivos e, na sua maioria, abordaram o contexto digital, e se direcionavam para pessoas com melhores condições socioeconômicas(16).

Observa-se, contudo, uma lacuna no conhecimento quanto aos efeitos que uma intervenção educativa, desenvolvida para idosos vulneráveis do ponto de vista socioeconômico, poderia desenvolver na alfabetização em saúde de idosos em uma comunidade. Nesse contexto, foi desenvolvida a intervenção educativa denominada Alfa-Saúde, originada de uma tese de doutorado e oferecida por enfermeira na atenção primária. O objetivo da atividade era promover a alfabetização em saúde de idosos, avaliando um modelo de intervenção que pudesse ser replicado por enfermeiros na APS. Com base nessas considerações, este estudo busca responder à seguinte questão de pesquisa: quais os efeitos da intervenção Alfa-Saúde na alfabetização em saúde e hábitos de saúde de idosos vulneráveis vinculados à atenção primária, quando comparada ao atendimento de saúde usual de idosos?

OBJETIVO

Avaliar os efeitos da intervenção Alfa-Saúde na alfabetização em saúde e hábitos de saúde de idosos vulneráveis vinculados à atenção primária, quando comparada ao atendimento de saúde usual de idosos.

MÉTODOS

Aspectos éticos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), CAAE (Certificado de Apresentação para Apreciação Ética).

Desenho, local e período

Investigação quase-experimental, com abordagem de métodos mistos por triangulação concomitante. A pesquisa seguiu as recomendações do Transparent Reporting of Evaluations with Nonrandomized Designs (TREND) do Centers for Disease Control and Prevention (CDC)(17).

O estudo foi realizado em duas unidades de saúde da atenção primária no município de Arapiraca/Alagoas, Região Nordeste do Brasil, com população estimada de 230.417 habitantes e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0.649(18). A coleta de dados e a intervenção foram realizadas entre os meses de setembro de 2017 e julho de 2018.

Critérios de seleção

Os critérios de inclusão para a definição das unidades de saúde foram: não possuir grupo de idosos nas dependências da unidade de saúde; ter espaço físico para a realização da intervenção e não ser as unidades de saúde próximas uma da outra. De 40 unidades de saúde no munícipio, dez contemplavam os critérios e duas foram escolhidas intencionalmente, sendo uma designada para a realização da intervenção.

Amostra: critérios de inclusão e exclusão

Os participantes do estudo foram os usuários idosos cadastrados nas duas unidades de saúde escolhidas. Os critérios de inclusão foram: declarar saber ler; ter condições de deslocar-se para a unidade de saúde de referência; e ter disponibilidade para participar da intervenção uma vez por semana pelo período de cinco meses. Os critérios de exclusão foram: declarar-se sem condições de responder à entrevista, por apresentarem problemas de audição ou visão; possuir indicação de déficit cognitivo (pontuação < 6 no 10 point cognitive screener)(19); e participar de algum grupo nos serviços de saúde locais.

O cálculo amostral foi baseado no estudo de validação dos instrumentos Short Assessment of Health Literacy for Portuguese Speaking Adults (SALHPA - 50) e da versão breve, o SAHLPA-18(13), utilizando o software Winpepi V.11.44. Foi considerado o escore médio de 37.7 pontos e um desvio padrão de ± 9,0, com uma amostra de 226 idosos ao utilizar o SAHLPA-50 no estudo de validação. Com um poder de 80% e um nível de significância de 0,05, considerando um desvio padrão unitário e esperando uma diferença de um (01) desvio padrão entre os grupos, a amostra calculada foi de 34 idosos. Adicionando 20% de perdas, a amostra final foi de 42 idosos, com 21 idosos no Grupo Intervenção (GI) e 21 no Grupo de Comparação (GC).

Protocolo do estudo

Foi construída, para cada unidade de saúde, uma lista com o nome dos idosos em ordem alfabética, endereço e telefone para contato obtidos por meio do cadastro individual e-SUS APS. A primeira pesquisadora contatou os idosos por ligação telefônica ou pessoalmente e avaliou os critérios de inclusão e exclusão dos participantes do estudo. Essa abordagem foi realizada até que se completasse a quantidade de participantes necessária para o GI e para o GC. As entrevistas tiveram duração de aproximadamente 60 minutos e foram realizadas nas dependências das unidades de saúde.

Foram coletadas as variáveis sociodemográficas idade, sexo, estado conjugal, escolaridade, renda e com quem o idoso morava. Para detectar a alfabetização em saúde, quantitativamente, foi utilizado o instrumento adaptado e validado SAHLPA-18, de 18 termos, que avalia a pronúncia e a compreensão de termos da área da saúde(13). A aplicação prevê a presença de um entrevistador que utilize cartões com um termo impresso em negrito na parte superior e com duas palavras da associação na parte inferior. Os entrevistados eram solicitados a ler em voz alta o termo em negrito. O entrevistador lia as duas palavras da associação e perguntava qual delas estava associada ao termo(14). Cada termo correto (leitura e associação) correspondia a 1 ponto com um escore máximo de 18. Após, os entrevistados foram classificados como possuidores de alfabetização em saúde inadequada (1-14 pontos) ou alfabetização em saúde adequada (15-18 pontos)(13).

Na etapa qualitativa, foi utilizado o instrumento Health Literacy, construído no Canadá e adaptado para uso no Brasil, composto por questões abertas e fechadas(4,20). A entrevista parte de uma pergunta sobre um interesse ou preocupação em saúde vivenciado e escolhido pelo participante, que responde às demais perguntas com base em uma situação de saúde concreta (“No último mês, o que o(a) Sr(a) pensou sobre sua saúde?”). Na sequência, são perguntadas as dúvidas/questões acerca dessa situação de saúde, as fontes de informação utilizadas relacionadas à situação, a compreensão, o compartilhamento e o impacto da informação acessada na saúde dos indivíduos(20). As questões que compõem o instrumento Health Literacy são organizadas com base nas habilidades de alfabetização em saúde (acessar, compreender, comunicar e avaliar a informação em saúde).

Também foram utilizados como desfechos algumas variáveis da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa(21), como hábitos de saúde e calendário de vacinação (influenza, difteria-tétano e hepatite B).

A intervenção Alfa-Saúde(22) teve duração de cinco meses (20 semanas) e foi conduzida por enfermeira em unidade de saúde do GI em um espaço para desenvolver grupos. Cada encontro teve duração de 1 hora e 30 minutos. A intervenção foi estruturada com base nas habilidades de alfabetização em saúde: acessar/buscar a informação de saúde (encontrando a informação em saúde e os serviços de saúde necessários); compreender a informação de saúde (trabalhando na compreensão das diferentes temáticas); comunicar a informação de saúde (desenvolvendo a confiança para compartilhar a informação em saúde com profissionais, família e amigos); e avaliar a informação de saúde (identificando fontes de informação confiáveis no sistema de saúde e na internet). Em todos os encontros, foram trabalhadas essas habilidades, utilizando dispositivos que despertassem o interesse e a reflexão dos idosos, como vídeos, oficinas, jogos, dinâmicas, exposição e discussão das temáticas, material impresso, figuras e uma visita a uma associação de idosos.

As temáticas abordadas, que tiveram como referência a Política do Envelhecimento Ativo(23), foram: utilização da rede de serviços de saúde; uso e armazenamento de medicamentos; alimentação saudável; hábitos saudáveis; saúde bucal; saúde mental; quedas; atividade física; saúde do homem e da mulher; sexualidade; direitos humanos; direitos da pessoa idosa; trabalho e aposentadoria; maus-tratos e violência; participação popular; e ambientes saudáveis. Ao término da intervenção, os idosos foram entrevistados da mesma maneira em que foram no baseline.

Análise dos resultados e estatística

As análises descritivas e inferenciais foram realizadas no SPSS v.25. O GEE Model foi usado para comparar os grupos, os tempos e a interação (grupo*tempo)(24). Para as variáveis binárias, foi utilizada a distribuição binomial com função de ligação logito. Para as variáveis contínuas, foi usada a distribuição normal com função de ligação identidade. O modelo foi construído usando uma matriz de correlação de trabalho independente e uma matriz de covariância de estimador robusto. O teste post-hoc usado foi de Bonferroni. O nível de significância adotado foi de 0,05.

Para a organização dos dados qualitativos, utilizou-se o software Qualitative Solutions Research NVivo (QSR NVivo), versão 11.0. As entrevistas foram transcritas e analisadas por meio da análise temática(25), utilizando como categorias as questões que compõem o instrumento Health Literacy. Essas categorias deram origem aos temas que emergiram e foram utilizados para a comparação no baseline e no follow-up e para a comparação dos dados entre o GI e o GC.

A triangulação dos dados quantitativos e qualitativos ocorreu durante a interpretação e análise dos resultados, buscando compreender as divergências e similaridades entre os achados(26). No presente estudo, a etapa qualitativa teve peso maior que a etapa quantitativa.

RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta as características sociodemográficas dos idosos no baseline da pesquisa, apresentando os dados dos 21 idosos do GC e do GI. Essa tabela demonstra que os valores de p não tiveram significância estatística e que os grupos eram semelhantes. No GC, ocorreram seis perdas (um participante desistiu; três participantes se mudaram; dois participantes não foram encontrados). No GI, ocorreram oito perdas no decorrer da intervenção educativa (cinco participantes desistiram; dois participantes se mudaram; um participante se acidentou). Por isso, nas entrevistas do follow-up, contou-se com 13 idosos no GI e 15 no GC.

Tabela 1
Características sociodemográficas dos idosos participantes no baseline, Arapiraca, Alagoas, Brasil, 2017

Com relação ao efeito da interação na média do escore SAHLPA, ao se comparar o baseline e o follow-up, verifica-se que os escores da alfabetização em saúde aumentaram em ambos os grupos, de 10,9 para 11,5 no GC, e de 10,7 para 12,7 no GI, porém sem significância estatística. A proporção de idosos categorizados com alfabetização em saúde adequada também aumentou em ambos os grupos, com maior diferença no GI (de 23,8% para 38,5%), sem significância estatística.

Com relação à comparação das proporções dos hábitos de saúde entre os grupos e os tempos e o efeito de interação, observaram-se mudanças estatisticamente significativas (p≤0,001) na realização de três refeições diárias no baseline (média=79,5; - IC 95%: [64,1; 89,4]) e no follow-up (média=100; - IC 95%: [100; 100]). A interação não pôde ser calculada, no entanto a média dos tempos diferiu independente do grupo, sugerindo que essa diferença é devido ao GI. O consumo de carne apresentou mudanças estatisticamente significativas (p≤0,001) no baseline (média=88,3; IC 95%: [74,5; 95,1]) e no follow-up (média=100; - IC 95%: [100;100]). Independente do grupo, a média apresentou diferença entre os tempos. Fixando o tempo, a média do consumo de carne apresentou diferença entre os grupos.

As taxas de vacinação da influenza, hepatite B e difteria-tétano também apresentaram mudanças estatisticamente significativas (p≤0,001) nas proporções no baseline (média=69,1; IC 95%: [53,7; 81,2]), (média=8,4; - IC 95%: [2,7; 22,8]), (média=23,5; - IC 95%: [13; 38,7]) e no follow-up, respectivamente (média=100; - IC 95%: [100; 100]), (média=32,8; - IC 95%: [12,8; 61,9]), (média=67,6; - IC 95%: [39,3; 87,1]). Com relação à vacina influenza, a interação não pôde ser calculada, no entanto a média dos tempos diferiu independente do grupo, sugerindo que essa diferença é devido ao GI. Nas vacinas contra hepatite B e difteria-tétano, o teste de Bonferroni foi ≤0,001 nas duas comparações: ao fixar o grupo e comparar o tempo, e ao fixar o tempo e comparar o grupo.

Nos demais hábitos de saúde, foram visualizados o aumento da proporção de respostas consideradas positivas no GI, como das atividades de lazer do baseline (média=19; - IC 95%: [7,3; 41,2]) para o follow-up (média=30,8; - IC 95%: [12;59,1]), das atividades físicas do baseline (média=28,6; - IC 95%: [13,4; 50,8]) para o follow-up (média=61,5; - IC 95%: [34,4; 83]), do consumo de frutas e vegetais do baseline (média=76,2; - IC 95%: [54;89,7]) para o follow-up (média=84,6; - IC 95%: [54,9; 96,1]), da ingestão de água no baseline (média=61,9; - IC 95%: [40,4; 79,7]) para o follow-up (média=92,3; - IC 95%: [60,9; 98,9]). No consumo de bolos, sobremesas, óleo, açúcar e sal, foi visualizada a mesma diminuição da proporção das respostas no GI do baseline (média=61,9; - IC 95%: [40,2;79,7]) para o follow-up (média=15,4; - IC 95%: [3,9;45,1]). Esses resultados não apresentaram significância estatística.

Os quadros a seguir apresentam as quatro categorias que compõem a etapa qualitativa do estudo, ou seja, as habilidades de alfabetização em saúde buscar/acessar, compreender, compartilhar e avaliar a informação em saúde. Cada quadro é dividido pela ocorrência dos temas no GC e GI no baseline e no follow-up, além das falas que exemplificam os temas apresentados.

No Quadro 1, referente à habilidade de buscar/acessar a informação em saúde, observou-se que a principal fonte de informação referida foi o médico e que a maior parte da informação em saúde recebida foi considerada prescritiva.

Quadro 1
Apresentação dos temas e exemplos de falas dos participantes, referentes à categoria Habilidade em buscar/acessar a informação em saúde, no baseline e no follow-up, Arapiraca, Alagoas, Brasil, 2018

O Quadro 2 apresenta os resultados da categoria habilidade em compreender a informação em saúde. Observou-se que as ações sobre o que os idosos fizeram quando não compreenderam um termo médico não se modificaram no baseline e no follow-up, em ambos os grupos.

Quadro 2
Apresentação dos temas e exemplos de falas dos participantes, referentes à categoria Habilidade em compreender a informação em saúde, no baseline e no follow-up, Arapiraca, Alagoas, Brasil, 2018

No Quadro 3, acerca das informações que os participantes compartilhariam com outros idosos, observou-se que as informações tinham um caráter básico e com pouco desenvolvimento do conteúdo.

Quadro 3
Apresentação dos temas e exemplos de falas dos participantes, referentes à categoria Habilidade em compartilhar a informação em saúde, no baseline e no follow-up, Arapiraca, Alagoas, Brasil, 2018

O Quadro 4 refere-se à categoria Habilidade em avaliar a informação em saúde. A maioria dos participantes de ambos os grupos referiu o impacto da informação em saúde, porém sem conseguir descrever de forma mais profunda as mudanças geradas na saúde.

Quadro 4
Apresentação dos temas e exemplos de falas dos participantes, referentes à habilidade avaliar a informação em saúde, no baseline e no follow-up, Arapiraca, Alagoas, Brasil, 2018

DISCUSSÃO

Considerando os dados sociodemográficos dos participantes do estudo, a maioria dos idosos era do sexo feminino, residia acompanhada, tinha poucos anos de escolaridade e baixa renda, corroborando estudo que apresentou o perfil de idosos em comunidade do Nordeste do Brasil(27).

A interação das médias do escore SAHLPA obteve um discreto aumento nos dois grupos após a intervenção, sem significância estatística. Mesmo após o Alfa-Saúde, a maior parte dos participantes continuou com a alfabetização em saúde inadequada, embora tenha se verificado um aumento na proporção de idosos com a alfabetização em saúde adequada. Foram identificados estudos de intervenção que utilizaram outros instrumentos de avaliação da alfabetização em saúde e que demostraram o aumento dos escores da alfabetização em saúde, em adultos com alta escolaridade no Japão(28) e em adultos com baixa escolaridade na Austrália(29).

Quanto ao aumento da proporção de idosos com a alfabetização em saúde adequada, principalmente no GI, o resultado ainda foi inferior à proporção encontrada na categoria Adequada alfabetização em saúde (43.4%) em estudo brasileiro com desenho transversal, realizado com idosos diabéticos de um ambulatório em São Paulo(14).

A relação entre a alfabetização em saúde e os hábitos de saúde também foi verificada em estudo anterior(30). Outra investigação encontrou associação positiva entre os idosos com maior alfabetização em saúde e que realizaram a vacina da influenza e/ou pneumococo(31). Após a intervenção, os participantes desenvolveram habilidades de alfabetização em saúde para acessar e utilizar um serviço de vacinação que estava disponível na unidade de saúde.

Profissionais de saúde são importantes fornecedores de informações sobre saúde e precisam conhecer as estratégias para reduzir as demandas de alfabetização em saúde por meio de comunicação interpessoal eficaz, de materiais de saúde nos formatos escrito e visual e de criação de ambientes que melhorem a prestação de cuidados(32). Salienta-se, entretanto, que o profissional enfermeiro das unidades de saúde não foi citado em nenhum momento como fonte de informação ou como profissional de referência no baseline. Essa constatação leva à reflexão sobre o cuidado centrado na figura do médico e sobre como o cuidado de enfermagem desenvolvido está repercutindo na vida dos idosos das comunidades.

Foi observado que os participantes tinham dificuldades em compreender termos do instrumento SAHLPA, como encontrado em estudo(29) que entrevistou adultos com inadequada alfabetização em saúde e que tinham dificuldade para ler e compreender o significado de termos da saúde. A ausência de mudanças pode estar relacionada a inúmeros fatores, como a baixa escolaridade ou as mudanças físicas, cognitivas e psicológicas do envelhecimento que podem comprometer a aprendizagem. O desenvolvimento reduzido dessa habilidade pode ter repercussões no manejo de doenças crônicas. Assim, os profissionais de saúde devem ficar atentos às dificuldades dos usuários idosos e direcionar o cuidado de acordo com as especificidades de cada pessoa, utilizando diversas ferramentas para melhorar a comunicação e a compreensão das informações em saúde.

Estudos que avaliam a procura por cuidados de saúde mostram que a inadequada alfabetização em saúde pode ter efeitos psicológicos negativos, uma vez que os indivíduos podem se sentir intimidados ou ansiosos(33), prejudicando a interação e a comunicação com os prestadores de cuidado(34).

Observou-se que os idosos se encontravam no nível funcional da alfabetização em saúde(2), com pouca crítica e reflexão acerca de como lidar com a informação em saúde e sem saber o que sugerir para outros idosos. Outros recorreram à religião e a práticas complementares para indicar para outros idosos, indo ao encontro de resultados de estudo brasileiro(35), em que os idosos se apoiavam no uso de chás, ervas medicinais e práticas caseiras para o cuidado. É possível que essas práticas façam parte do cotidiano dos mesmos, porém preocupa o fato de os idosos, em alguns casos, apoiarem-se em e compartilharem informações populares e não em informações fornecidas pelos prestadores de cuidado.

Após o Alfa-Saúde, os idosos do GI parecem ter dado maior importância à busca pela informação em saúde e estava claro para eles que a informação útil, para alguns, talvez não tivesse utilidade para outros, o que demonstra a importância do cuidado para cada indivíduo, ratificando o resultado de estudo com adultos e idosos na Irlanda(36).

Na triangulação dos dados, a habilidade acessar a informação em saúde pareceu refletir os aprendizados durante o Alfa-Saúde, o que pode estar relacionado com a melhora dos hábitos de saúde. O acesso à Unidade Básica de Saúde e a importância da informação proveniente dela impacta na melhor adesão vacinal, com resultados estatisticamente significativos.

No que diz respeito à habilidade compreensão, embora a SAHLPA avalie apenas a leitura e a associação de termos da área da saúde, não foram observadas, na interação do escore quantitativo nem nos resultados qualitativos, demonstrações de mudanças nessa habilidade nos relatos dos participantes, sendo um resultado que permaneceu sem alterações e convergiu no presente estudo.

Mesmo sem significância estatística, observou-se o aumento dos escores da alfabetização em saúde (SAHLPA-18), que também foi perceptível na etapa qualitativa. Houve uma melhora no desempenho das habilidades de alfabetização em saúde dos idosos, uma vez que eles estavam mais confiantes e empoderados (considerando o ponto de partida) para lidar com a informação e com a situação de saúde, corroborando o estudo(28), que também observou o desenvolvimento de habilidades de alfabetização em saúde nos resultados quantitativos e qualitativos.

Limitações do estudo

Este estudo possui limitações, sendo a principal delas o número de perdas (mais do que o esperado), o que pode se justificar pelo longo período de tempo da intervenção, que pode ter prejudicado a participação dos idosos. Considerando que as palavras do escore SAHLPA foram mencionadas durante a intervenção, era esperado esse aumento, que pode estar relacionado com dificuldades anteriores de aprendizado na infância e/ou relativos ao declínio cognitivo do envelhecimento. Ademais, o instrumento para a avaliação da alfabetização em saúde, o SAHLPA, considerado a melhor escolha dentre os instrumentos já validados no Brasil, talvez não tenha sido o mais adequado para a avaliação de uma população vulnerável, com baixa escolaridade, como a dos participantes. Há ainda a escassez de estudos que realizaram intervenções com idosos e que tivessem como desfecho a alfabetização em saúde, dificultando a comparação dos resultados.

Contribuições para a área da enfermagem

A intervenção Alfa-Saúde se mostrou como um dispositivo importante para o desenvolvimento da alfabetização em saúde de idosos, bem como para a mudança de hábitos dos idosos de uma comunidade. Esses resultados têm implicações na prática, principalmente nas estratégias de cuidado, com ênfase no protagonismo do idoso e nas potencialidades de formulação e estruturação das atividades de educação em saúde na APS.

A implementação de programas de alfabetização em saúde com grupos de idosos poderá estimular o desenvolvimento de habilidades necessárias para a autonomia, o manejo de condições crônicas e o conhecimento dos idosos. Intervenções desse tipo contribuem para o vínculo dos idosos com os enfermeiros, bem como torna-se importante fonte de informação em saúde voltada à qualificação do cuidado do enfermeiro na APS.

CONCLUSÃO

A intervenção Alfa-Saúde melhorou os escores de alfabetização em saúde, embora sem significância estatística. Os hábitos de saúde, tais como realizar vacinação, três refeições diárias e consumir carne, melhoraram de forma estatisticamente significativa. O desenvolvimento das habilidades de alfabetização em saúde pôde ser visualizado na avaliação final dos resultados qualitativos, com idosos relativamente mais confiantes e críticos em relação à busca, comunicação e avaliação da informação em saúde. Na triangulação dos dados, a convergência foi verificada pela melhora dos hábitos de saúde e pelo aumento do conhecimento com relação à saúde e ao autocuidado. A habilidade compreensão da informação em saúde permaneceu semelhante no baseline e no follow-up, possivelmente relacionada aos aspectos socioeconômicos dos idosos.

Para estudos futuros, sugere-se investigar os idosos brasileiros nos diferentes contextos, aqueles com baixa escolaridade, os analfabetos e, inclusive, os idosos com maior grau de escolaridade. É importante explorar as barreiras e as potencialidades para promover a alfabetização em saúde, a elaboração de intervenções e de novos dispositivos, incluindo metodologias que potencializem as habilidades de alfabetização em saúde e a troca de informações entre idosos e prestadores de cuidados.

AGRADECIMENTO

O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

MATERIAL SUPLEMENTAR

Serbim AK, Paskulin LMG. Efeitos de uma intervenção educativa na alfabetização em saúde de idosos na atenção primária. 2020. Tese (Doutorado em Enfermagem). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Available from: http://hdl.handle.net/10183/219849

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Editado por

EDITOR CHEFE: Dulce Barbosa
EDITOR ASSOCIADO: Fátima Helena do Espírito Santo

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    11 Set 2020
  • Aceito
    08 Out 2021